Com a presença de grande público e personalidades literárias, foi lançado recentemente em Dourados/MS - na Livraria Canto das Letras - o nosso atual livro VELEIROS DA ESSÊNCIA, em noite de autógrafos que contou também com participação dos escritores Marcos Coelho Cardoso (livro ?Poesia em cores?) e Ivone Macieski (livro ?José?).

          Foi um evento cultural descontraído e marcado também pelo reencontro com queridos amigos e colegas de arte ? além dos parceiros Marcos Coelho e Ivone, companheiros como o confrade Paulo Nolasco, Maria Eugênia Amaral, Lori Alice Gressler, Ruth Hellmann, Maria Pontes, Odila Lange, Merlinton Braff, Ajuricaba e tantos outros. 

          O livro ?Veleiros da Essência?, que já foi também lançado em Campo Grande e Corumbá, contém 192 páginas e 80 poemas escolhidos (principalmente em versos livres). Possui prefácio do crítico literário goiano José Fernandes e apresentação de Raquel Naveira (poeta/escritora, da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras). Sobre a obra, assim afirma o presidente da UBE-MS, Samuel Medeiros: ?Veleiros da Essência é um livro para ser adotado por quem lê devagarzinho e, como na música, num compasso de adágio, meditativo; por isso mesmo, com mensagens permanentes?.  

          Marisa Serrano, acadêmica da ASL e Conselheira do TCE-MS, em sintonia com o livro, afirma: ?Estes Veleiros poéticos carregam o que o poeta Rubenio Marcelo tem de melhor em qualidade e experiências para partilhar conosco a sua luz?.  

          O escritor e jornalista José Pedro Frazão assim afirma sobre ?Veleiros da Essência?: ?Versos treinados e bem amarrados com a essência da arte dão aos velames das embarcações literárias a resistência para enfrentar procelas culturais causadas pelas pseudopoesias à deriva, muito embora a inanição artística costume arrastar os infelizes e audaciosos poemas de primeira [ou de longa] viagem ao naufrágio ou ao isolamento de um porto abandonado. Daí que, em contrapartida, pode-se exaltar o imo poético nos versos desse velho marujo de "A essência dos Veleiros". Nesta tripulação de oitenta poemas, encontra-se uma profusão de estilos, demonstrando o ecletismo da poética rubeniana, pois viajam juntos - descortinando mares e céus - desde sisudos sonetos (onde "a musa do parnaso sentencia: que só tem poesia aquele ser/ que já nasceu com ela pra viver/ num renascer dourado a cada dia!") ao atinado verso livre (de onde a poesia "vem em silêncio/ sobrepaira e vira pássaro"), incluindo o uivo rebelde da poesia beat (em que "há presságios lógicos refletidos no vazio/ das ruas minguantes que lhe acenam.../ acolhendo o lapso que apazigua a dor/ ele recobra o estatuto da aurora/ e clareia-se em passos de cirandar.../comete dádiva dourada/ e a tácita taciturnidade da surpresa")?. 

          Obs ? Quem não compareceu ao evento em Dourados, pode adquirir o livro ?Veleiros da Essência? na livraria supracitada (Av. Weimar Gonçalves Torres, 2440 - Dourados). E em Campo Grande: nas principais livrarias e na Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.

          A seguir, o poema que dá título ao livro:

 

 

Veleiros da Essência

 

I.

vêm de horizontes nunca vistos

e trazem à proa

o mapa das messes inabituais

num tempo infinito

de invictas bandeiras e constelações...

trazem o lábio astral e o astrolábio

das meditações azuis

que tecem sublimes mareações...

têm adriças de sol e cordoalhas de mitos 

que atesam a fruição

de transcendentes singraduras...

 

II.

chegam altivos e sem defensas

traçando itinerários 

           coesos

afinados com insólitas conhecenças...

transportam sagas ancestrais

e trazem nas gáveas

núncios de auroras ressurgentes...

 

III.

com místicos galhardetes 

mirando os destinos cor de nuvens

afagam elísios

que sibilam prelúdios e vilancetes

e sabem dos seus timoneiros

trajados de brim 

em brancas manhãs...

 

IV.

planam em silêncio na crista do verbo

|atentos ao mínimo aceno|

ao barlavento da criação

entre códigos, gaivotas e plenilúnios...

singram íntimas dádivas

para ampliar as escotilhas do sonho

e plenificar faróis nos 

e s t a i s 

da vaguidade...

 

V.

vêm do estro

para nos desancorar das ilhas perdidas

vêm para fecundar correntes

no estio das vigílias

e para nos (e)levar 

à paz das alvíssimas florações

dos portos longínquos...

 

                        ® Rubenio Marcelo

 

 

 

 

Fotos - evento cultural:

 

 

Lançamento em Dourados