COLUNAS

Florilégio

POSTADO EM 20 FEV 2016 por: Janet Zimmermann
 

 

(Cristina Lebre)
 
O vazio é repleto
repleto de vozes,
ecos, túneis,
paredes úmidas,
solidão.
 
Vazio
lugar de tristeza
de imaginários
flocos de neve
nuvens pesadas
pensamentos rarefeitos
ilha deserta
alma no chão.
 
Vazio é cheio
de dor, de palavras
não ditas, inauditas,
de poesia
de emoção.
 
Vazio é incompletude
solitude
argumento
pra lamentação.
 

 

(Eduardo Mahon)

 

De uma tristeza emprestada
Jogada na mala de trapos
Saudade e memória esquecida
Convida a juntar os farrapos
Não há verdade atalhada
Presente na mente dos fracos
Dos loucos é bem conhecida
Banida da vida dos parvos
Solidão retemperada
Mugido de alma amarga
Rumina o repasto e germina
Amiga, tristeza limada
Estrume da inspiração
Resumo de toda a canção
Solidão é matéria-prima
Beleza é seu resultado
Espinho em mente dorida
Pregado no peito rasgado
Inspira jovens amantes
Relembra os velhos usados
Remexe em lagos parados
Convence que ainda há vida
 
 

 

(José Pedro Frazão)

 

Bailava, suave, doce e cintilante, 
Soberana no céu, minha amada lua, 
E eu, ébrio, cambaleando pela rua, 
 
Seguia o seu compasso estonteante...
Às vezes, eu me erguia, feito grua, 
Rodopiando em nuvens, bruma errante, 
Para dançar com ela, equidistante, 
 
A Valsa de Sibelius, triste e nua...
Às vezes, era ela que descia 
E nos meus braços vinha em lassidão 
Falar do nosso amor de fantasia...
 
Num encontro desses nós bebemos tanto, 
Para esquecer a nossa solidão: 
Ela no céu, e eu na terra, em pranto.
 
 

 

 

(Nydia Bonetti)
 
 
a solidez dos anjos de pedra
o limo dos olhos
dos anjos de pedra
a rispidez da face dos anjos
de pedra
o silêncio da pedra. a pedra
a solidão dos anjos
 

 

 

(Rubens Jardim)

 

1
Quando eu era pequeno
e andava de mãos dadas com minha mãe
o mundo inteiro era minha casa.
Hoje, nem minha casa
é minha casa.
 
2
Os anjos desapareceram
do espelho.
Da rua.
Da vila.
Eles não habitam mais
nem as igrejas.
 
3
Antes o mundo era dádiva
acolhimento
oferenda.
Hoje estou fora de todas as coisas.
Sempre fora.
Sempre em face das coisas
em face do mundo
em face dos homens.
Sozinho diante de Deus.
 

 

 

 

(Janet Zimmermann)
 
 
Um coração estrela 
a própria solidão.
Brilho de Órion na infinitude.
Pirilampo infravermelho 
no deserto da noite.
 
Nem um pio nenhuma fala nenhuma pena nenhum perdão.
Só o onomatopéico som do tempo
cronometrando o desmovimento... ... ...
 
E a vida estagnada
no nada
corre ao nada
sem pulsação.
 
E só.
E pó de âmbula
na semiaberta 
mão.
 

 

 

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