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Após 37 anos, filme de escultora pode se tornar patrimônio de MS

26 Julho 2016 por:
Equipe Reality Ininvestment MS
Foto: Ilustrativa 
 
 
 
 
 
 
 
A Conceição deixou de ser Conceição quando os bugres passaram a fazer parte da sua rotina. Em tocos de árvore, que ?sorriam para ela?, eles tomavam forma e ganhavam verniz para eternizar o talento da escultora. E na vida de ?militante cultural? o cineasta Cândido Alberto da Fonseca, de 60 anos, a conheceu. Foram 37 anos até o filme ficar pronto. Agora, uma recomendação do município pode o tornar patrimônio e cultural de Mato Grosso do Sul.
 
?Minha interferência é pouca, apenas como diretor de cinema. É a única obra filmada dela. Tudo começou nos anos 70, quando conheci a rotina da Conceição. Em 1979 eu ganhei um prêmio de roteiro do filme, da Funarte. As gravações começaram em seguida, com meus sócios José Octávio Guizzo e João José de Souza Leite, sendo um co-roteirista e o outro produtor-executivo?, afirmou ao G1 Fonseca.
 
 
Em 10 minutos de produção em 35 milímetros, Conceição está sorrindo, trabalhando, contando a sua história. Por fim, as imagens a mostram falando do seu sonho da casa própria.
?Eu saía do Museu de Arte Moderna, além da Cinemateca, para ir ao seu encontro. Quando finalizou, o filme foi exibido no Rio de Janeiro em um circuito comercial nos anos 80, uma honra para mim. Na época a lei exigia que, antes de um filme estrangeiro, um filme nacional deveria ser exibido?, comentou o cineasta.
 
Por conta de um período burocrático, o filme permaneceu com o negativo guardado no Museu de Arte Moderna, em Mato Grosso do Sul. ?Tive muitas dificuldades, principalmente porque ninguém demonstrava interesse pelas imagens. Mas agora a Fundação de Cultura terá a sua guarda permanente.
 
Admiradora da escultora, a superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan-MS), Norma Daris, ressaltou que ainda não teve acesso ao trabalho, mas é admiradora do trabalho e legado que Conceição deixou a família. ?Não resta dúvidas de que este trabalho é uma riqueza ao estado. Acho o trabalho dela fantástico?, avaliou.
 
Geração em geração
Neto de Conceição, o escultor Mariano Antunes Cabral Silva, de 51 anos, fala que sente uma alegria imensa ao dar continuidade ao trabalho. ?Ela faleceu já bem velhinha, mas muitas vezes sinto que ela está aqui comigo, produzindo cada peça. Agora estamos na quarta geração de escultores e estou passando todo o conhecimento aos meus sobrinhos?, disse.
 
 
Aos 8 anos, Silva relembrou que começou a despertar interesse pelo ofício e, já na adolescência, tinha diversas esculturas. ?O ateliê fica aqui no bairro Santa Branca, saída para São Paulo.
 Estou muito feliz com as vendas e assim vamos continuando a contar a história dela?, finalizou.
 
Conceição Freitas da Silva, conforme pesquisadores, nasceu no ano de 1914, em Povinho de Santiago (RS). Já no ano de 1957, Conceição dos Bugres se mudou para Campo Grande. Em pouco tempo, a sua arte foi irradiada para grandes centros culturais do país. Conceição se casou com o também artista Abílio Antunes e teve dois filhos. Dona de casa e artista, ela criou o primeiro bugre em uma cepa de mandioca. Após isso, passou a esculpir na madeira.
 
 
 
 
Fonte: Do G1 MS / Link original: https://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2016/07/apos-37-anos-filme-de-escultora-pode-se-tornar-patrimonio-de-ms.html
 

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