COLUNAS

Ode ao poeta latino

POSTADO EM 27 NOV 2012 por: André Luiz Alvez

Não estou interessado em nenhuma teoria, o que ele anda fazendo, o que ainda vai fazer. Interesso-me pelo que escreveu, por aquilo que me marcou. O que hoje faz aquele rapaz, latino americano, sem dinheiro no banco, é coisa de humano que se perdeu na rudeza da vida. Pouco me importa. Gosto mesmo é de quando ele cantava a esse mundo de meu Deus, fazendo ele mesmo o seu caminho, que não era só dele, mas de todos nós; jovens vestindo camisas coloridas, o dedo em V, num presente, hoje passado, no qual a mente e o corpo eram diferentes. É provável que chegou o tempo negro que ele tanto temia, medo maior que o de avião, e trouxe junto aquele mal que a força sempre faz e então, cansado de não poder falar palavras, permitiu, sem resistir, que a vida pisasse seu frágil coração. O poeta, desses imortais, que carregamos guardadas na mente os versos que escreveu, desde os tempos em que havia galos, noites e quintais, num certo tempo era alegre como um rio, mas havia perigo na esquina, o qual não percebeu; as paralelas do destino, logo ali, na mão contrária, duas estradas nuas, e acabou fugindo do que é seu. Um cara tão sentimental, dos tempos em que falavam os animais e que afirmava, numa convicção que não possuía: viver é melhor que sonhar. Ledo engano; poetas não vivem, sonham, residem num outro mundo, aquele das ilusões, por que aqui, no mundo real, quanto mais se multiplica, diminui o amor. Não pretendo sair do seu caminho, não quero que ande sozinho. O passado nunca mais? Precisamos todos rejuvenescer? Mas, como, se tudo que agora ouço é "tchu, tchá, tchu, tchá!". Eu bem sei que ele sabe de que lado nasce o sol, e nisso me conforto, pois é onde bate os nossos corações; aflitos, ansiosos por notícias, pelo prazer de rever aquela figura mitológica, de longos cabelos e farto bigode, a voz nasalada que provoca prazer, que faz pensar e melhora nosso mundo, esse mundinho vulgar, sem espaços para os verdadeiros poetas. Não vou sair do seu mundo, não pretendo que caminhe sozinho. Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não; eu canto suas poéticas eternas canções, que depois delas, bem sei, não apareceu mais ninguém. Foto: Divulgação
 

VEJA TAMBÉM

Atitude e esforço em 2013

Ano Novo e os preparativos para novos desafios em 2013.

POSTADO EM 04 Dezembro 2012

Referência

Natal chegando! Tempo de celebração, árvores, enfeites, presentes, comes e bebe(...)

POSTADO EM 02 Dezembro 2012

Amor da flor

A pequenez não se toca [...] Confira a coluna de Janet Zimmermann.

POSTADO EM 02 Dezembro 2012

INTERNACIONAL

França e Reino Unido convocam embaixadores de Israel para explicações

03 Dezembro 2012

CAMPO GRANDE

Começa horário especial no comércio da área central de Campo Grande

02 Dezembro 2012

VEJA TAMBÉM

Proposta no Senado quer acabar com salário de vereadores

03 Dezembro 2012

Aprovados em concurso são convocados

04 Dezembro 2012