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Senadores a favor de impeachment já têm estratégia para pressionar Dilma

29 Agosto 2016 por:
Equipe Reality Ininvestment MS
Foto: Reprodução 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os senadores que apoiam o impeachment da presidenta afastada Dilma Roussef disseram que o tom dos questionamentos que serão feitos à petista dependerá das respostas dela.
 
Eles reuniram-se ontem (28), na liderança do PSDB, no Senado, para traçar as estratégias para a oitiva de Dilma hoje, a partir das 8h (de Mato Grosso do Sul).
 
Segundo o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), se Dilma errar no tom, as respostas serão à altura.
 
?Nós estamos preparados para fazer os questionamentos com absoluto respeito a presidente afastada. Obviamente que ela dará o tom. Esperamos que seja um tom a altura desse momento difícil que passa o Brasil?, disse.
 
O senador, adversário de Dilma nas eleições de 2014, classificou a ida de Dilma ao Senado como ?adequada?.
 
Ele disse ainda que o momento político é delicado, não é de festa. ?Não é um momento de festa, nem para aqueles que apoiam o impeachment, nós sabemos que esse processo deixa traumas não apenas no Congresso, mas na própria sociedade?, disse.
 
O líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), disse que as perguntas dos senadores que querem o impeachment farão serão técnicas e que eles ?não vão cair em provocação?.
 
Já o senador Agripino Maia (DEM-RN) disse que a ordem é ?não correr risco de mudar o resultado do jogo?. Maia disse que Dilma usará em seu discurso o que chamou de ?vitimologia? e que a fala da petista será emotiva visando ?usar a emoção para conquistar os votos que ainda não conquistou?.
 
Em sua fala no Senado, Dilma terá 30 minutos para apresentar sua defesa. O tempo poderá ser estendido a critério do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
 
Em seguida, ela responderá aos questionamentos dos senadores. Cada parlamentar terá até cinco minutos para seus questionamentos. Mais de 40 parlamentares estavam inscritos para questionar a presidente afastada.
 
O tempo de resposta de Dilma é livre e não será permitida réplica e nem tréplica. Dilma também poderá deixar de responder as indagações dos senadores. Ela também responderá a eventuais questões formuladas pela acusação e pela defesa.
 
Também participam da reunião o líder do Governo na Casa, Aloysio Nunes (PSDB-SP), Álvaro Dias (PV-PR), José Anibal (SP), Cássio Cunha Lima (PB), Tasso Jereissati (CE), Ricardo Ferraço, Waldemir Moka (PMDB-MS), Paulo Bauer (PSDB-SC), Ana Amélia (PP-RS), Lasier Martins (PDT-RS) e o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbasshay (BA).
 
MOVIMENTAÇÃO EXTERNA
 
Movimentos sociais contrários ao impeachment da presidenta afastada, cuja votação final deve ser concluída na quarta-feira (30), começaram a levantar acampamento em Brasília ontem (28).
 
Embora o número de ônibus com militantes que chegam à capital seja bem menor do que o observado na votação da admissibilidade do impeachment na Câmara, em abril, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que lidera a mobilização, disse que espera reunir ao menos 5 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios hoje, quando Dilma irá ao Senado fazer sua defesa em plenário.
 
Os militantes, sobretudo camponeses, prometem ficar acampados em Brasília até o momento final do impeachment.
 
IMPEACHMENT SÓ COM CRIME
 
Último a ser ouvido na sessão de depoimentos, o prefessor Ricardo Lodi, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), respondeu, durante questionamentos dos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Fátima Bezerra (PT-RN), que não pode haver impeachment sem crime de responsabilidade, materialidade e dolo da presidenta. Lodi está sendo ouvido como informante e não como testemunha.
 
Lodi também disse, após ser questionado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que em 2015 o Tribunal de Contas da União (TCU) mudou o entendimento sobre as operações entre os bancos públicos e a União. Para ele, não houve crédito, que seria vedado, mas apenas uma obrigação legal. 
 
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) negou-se a questionar Lodi, pelo fato do professor ter sido advogado de Dilma junto ao Tribunal de Contas da União.
 
O senador Cristóvam Buarque (PPS-DF) perguntou se Lodi percebeu se houve, em algum momento do processo, cerceamento ao direito de defesa da presidenta.
 
O professor respondeu que, aparentemente, não, mas ele acredita que, desde que o processo estava na Câmara, há mais uma avaliação geral do governo de Dilma Rousseff e do que uma investigação da culpabilidade da presidenta pelos crimes de que é acusada.
 
 
 
Fonte: Agência Brasil

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